terça-feira, 19 de julho de 2011

Autor um tanto quanto conhecido


DAD
Você nunca se importou comigo, e fingiu não perceber que um telefonema fez falta. Você me trocou por uma mulher que mais tarde vai te trocar. Você simplesmente me esqueceu e resolveu chamar outra garota de 'filha'. Eu nunca fui a sua princesinha, e me dói demais ouvir minhas amigas me contando como os pais delas contavam historias pra elas dormirem, porque você nunca fez isso.
Eu enfrentei meus medos sozinha, porque você não estava aqui, nunca esteve. Será que você não percebe, que não te ter aqui dói mais do que qualquer coisa ? Que essa é a época da minha vida que eu mais preciso de você ?
Eu ainda insisto em te defender, apesar de tudo ! Mas não adianta dar uma de "bom pai", eu sei o que você realmente é, o que você faz todos os dias, e o quanto você se preocupa em não magoar a sua nova familia.
Eu te amo, mas eu não vou te perdoar pelas noites regadas a lagrimas e nem pela ausência. Eu te amo, mas eu não estarei aqui quando você precisar, porque você nunca esteve. Eu te amo, mas eu não me importo em não te responder quando você me abraça. Você nunca vai entender o que eu senti naquela noite do meu aniversário, naquela noite em que você não me ligou, naquela noite em que a minha alegria acompanhou os convidados na saída.
Eu tentei, de todas as formas, entender o porque que você faz isso comigo. Eu juro que tentei, mas já desisti, Eu sei que esse sentimento não existe dentro de você. E isso me dói ainda mais.

Um comentário:

  1. Que texto formidável. Parabéns! Como escritor pude sentir a intensidade em cada virgula.

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